Marajoara
- Murilo Roesler
- 7 de jun. de 2015
- 3 min de leitura
- Conceito
A Luta Marajoara foi praticada originalmente na Ilha do Marajó, região Norte do Brasil. Disputada entre dois atletas, por vez, não permitindo nenhum tipo de ato contundente (socos, chutes, joelhadas, cotoveladas, etc.), nem chaves ou traços. Na sua essência a Luta Marajoara é, das artes marciais, a menos violenta, motivo pelo qual reúne condições de interagir com todos as faixas etárias, pois é verdadeiramente uma luta suave, onde os oponentes buscam, tão somente, o desequilíbrio e a projeção um do outro.
- A Luta Marajoara
O ambiente comum para que ocorram as disputas, deve ter solo com areia, argila ou grama, pois a regra básica do combate é derrubar o oponente no chão e encostar suas costas o suficiente para que seja considerado dominado. O sinal escolhido pelos caboclos e mantido pelos desportistas. Para definir o perdedor basta a observação da área da costa suja pelos detritos do solo, seja lama, argila ou grama.
Alguns torneios convencionam regras para as disputas o que acaba por permitir práticas com normativas diferenciadas de um município ou evento para outro. Porém, o mais comum é:
1. Que sejam definidas pelo menos duas categorias de lutadores com base no peso, até 80 kg e superior a 80 kg. Além dos gêneros, onde mulher luta com mulher e homem luta com homem e o respeito a faixa etária, discriminando o Amador(até 35 anos) e o Master(acima de 35 anos)
2. Fica convencionado que o “pé casado” deverá ser a posição inicial de luta e servirá também para reinicio de combate em caso de intervenção da arbitragem.
3. Um circulo com raio de pelo menos dois metros deverá ser desenhado no chão para servir de área de combate, não podendo os lutadores saírem desta área.
4. Não será permitido o uso de óleos ou qualquer tipo de adereço sólido no corpo, muito menos unhas destacadas.
5. Fica proibido o uso de atos contundentes como socos, ponta pés, chutes e tapas. Bem como estrangulamentos, chaves de braços, pernas ou qualquer parte dos membros.
6. A luta deverá desenvolver predominantemente em pé, buscando sempre a projeção através de agarradas, empurradas e puxadas, desequilibrando o adversário rumo ao solo. Nos casos em que ocorrerem a derrubada sem que a costa seja posta em contato suficiente com o solo para a finalização do combate, deverá o arbitro permitir a luta de chão somente o tempo suficiente para que o esforço na finalização seja concluído. A falta de progresso na disputa pela finalização dará ao arbitro a condição de intervenção, solicitando os dois lutadores para que voltem a posição de “pé casado” em pé, reiniciando a disputa.
7. A equipe de arbitragem deverá ser composta por até três técnicos conhecedores das regras. Sendo dois árbitros auxiliares que permanecem do lado de fora do circulo observando todos os movimentos da luta, para indicar ações irregulares ou auxiliar na decisão final caso a luta não seja finalizada no tempo comum. O arbitro principal é o responsável pela integridade física e moral dos atletas e pela aplicação correta das regras, permanecendo para isso dentro do circulo de combate. Cabe somente a ele a responsabilidade de iniciar, interromper ou encerrar o combate.
8. Fica definido o tempo de até cinco minutos para um único houd. Caso a luta não seja definida neste tempo e os árbitros não sintam-se a vontade de votar para desempatar poderá ser dada uma prorrogação de até três minutos.
- Golpes proibidos
Alguns golpes são considerados perigosos de serem aplicados em combate e teriam sido criados pelos caboclos nos primórdios da luta nas fazendas da região marajoara. Este golpes já teriam sido registrados como letais e levado a morte alguns praticantes, basicamente por fratura de cervical, são eles: Boi Laranjeira, Infincada e Recolhida.
Fonte: www.marajobufalofest.blogspot.com.br/2009/10/luta-marajoara_22.html

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